ARMADILHA DA RENDA MÉDIA: ENTRAVES E PERPSPECTIVAS
(*)
Prof. Balian
Segundo o Banco Mundial,
diversos países caíram na armadilha da renda per capta média, isto é,
entre US$ 1 mil e US$ 14 mil, e não conseguem sair, pois é necessário passar
por duas fases distintas e difíceis em suas economias: de infusão e inovação.
Para que ocorra a infusão
são necessários (i) um clima favorável não só de investimentos como propício
a novas ideias; (ii) disponibilidade de pessoal qualificado, e: (iii) políticas
públicas que estimulem empresas a captarem e incorporarem tecnologias de ponta.
No caso da inovação é
indispensável: (i) disponibilidade de profissionais talentosos, e; (ii) instituições
e políticas públicas que estimulem a produtividade e abertura da economia.
No Brasil, dois
históricos de empecilhos têm dificultado a evolução dessas fases para se
atingir a renda per capta alta, entre US$ 14 mil e US$ 31 mil: (i) a qualidade
da educação é sofrível e a disponibilidade de pessoal qualificado é limitada; (ii)
as instituições e políticas públicas têm sido dominadas por grupos que resistem
ao progresso porque ganham muito com uma economia fechada.
Nesse contexto é
necessário que as empresas brasileiras sejam expostas à concorrência internacional
e como consequência só as mais eficientes sobreviverão, mas serão
disponibilizados produtos e serviços mais baratos e com qualidade superior,
ampliando o nível de consumo e bem-estar.
Caso o país prefira
preservar a inovar, a transição da renda média para alta não ocorrerá e os
argumentos defendidos pelos grupos nacionais de haver graves entraves no
ambiente brasileiro com relação a tributação, infraestrutura, encargos sociais,
dentre outros, que são verdadeiros não poderão ser ignorados. É preciso modificar
essa realidade rapidamente.
O Banco Mundial reforça
que a saída da armadilha se fundamenta nas mudanças de natureza política, com
instituições focadas na eficácia, mérito e concorrência. Infelizmente, não é o
caminho que o governo federal tem trilhado e o resultado é a continuação do
ciclo econômico estagnado.
Repetir modelos passados
que não deram certo enquanto o mundo avança na velocidade da inteligência
artificial é um retrocesso. A melhor forma de inclusão social é o desenvolvimento
sustentado, com obtenção de superávits primários, investimentos altos, redução
do tamanho do Estado, educação de qualidade, saneamento básico para todos e as reformas
tributária, administrativa e previdenciária que reduzam o custo Brasil para
empresas e famílias.
Sabemos que não é do dia
para noite que isso pode acontecer, mas estamos sem foco, dispersos e
trabalhando na direção oposta há muitos anos. Até quando?
A eleição municipal se
aproxima e a esperança de que a população escolha bons gestores com programas
de governo definidos para os mais de 5.500 municípios brasileiros se renova e
desta forma, possa dar continuidade ao bom nível da gestão dos governadores
eleitos em 2022.
Pense nisso!
(*) Prof. Dr. Jose Eduardo
Amato Balian
Consultor empresarial
jbalian@uol.com.br
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